Cósmico leitor,
Hoje, escrevo sobre o tempo… esse personagem silencioso que está sempre ao nosso lado, mesmo quando fingimos que não o vemos. Esse conto nasceu da pressa dos dias e da sensação de que sempre estamos adiando o essencial. Que ele sirva como um lembrete suave: talvez ainda haja tempo. Talvez agora seja a hora.
A Última Página
Sempre achei que teria tempo.
Tempo para dizer tudo o que precisava, para voltar aos lugares que deixei para depois, para escrever as histórias que ainda viviam apenas na minha mente. Tempo para pedir desculpas, para abraçar um pouco mais forte.
Mas o tempo não espera.
Ele corre, escapa pelos dedos, dança diante dos nossos olhos como se soubesse que estamos sempre ocupados demais para perceber.
A vida é um livro que a gente lê achando que as páginas são infinitas… até que, um dia, nos damos conta de que estamos na última.
E então, o que ficou para trás?
As palavras não ditas? Os sonhos adiados? Os sorrisos contidos?
Talvez ainda tenhamos tempo. Talvez, agora, seja a hora de fechar os olhos e sentir o vento. De escrever aquela mensagem que ficou esquecida. De segurar uma mão e dizer: “eu estou aqui”.
Porque, no fim, não é sobre quantas páginas restam. É sobre o que a gente faz com cada uma delas.
E você, cósmico leitor? Se hoje fosse a sua última página, o que ainda precisaria ser escrito?
Entre versos e universos,
Julia Abreu

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