Livro: O Poder do Hábito
Autor: Charles Duhigg

 

 

Existem livros que passam como cometas: intensos, breves, bonitos, iluminados… Já outros são só poeira estelar. Mas tem aqueles, aqueles outros, que orbitam a gente por muito tempo, mesmo depois da última página, e posso dizer com segurança que “O Poder do Hábito” é assim!! Ele permanece.

Charles Duhigg transforma ciência do comportamento em narrativa, e narrativa em uma espécie de mapa para autoconhecimento. Ele apresenta o “loop do hábito”: deixa → rotina → recompensa. Uma estrutura simples, mas com força suficiente para mover sistemas inteiros, de pessoas a empresas, de atletas a governos.

A cada capítulo, mergulhei em estudos de caso e exemplos reais, como o da Starbucks, o da campanha de Martin Luther King ou de uma mulher que reconstrói sua vida ao mudar padrões pequenos e silenciosos. A mensagem que se repete, e se fixa, é bem clara: hábitos moldam nossa vida, mas também podem ser remoldados.

 

O que mais me tocou?

 

Foi a sutileza com que o livro me fez observar o que é automático. Aqueles gestos que a gente faz sem pensar, ou os pensamentos que nascem aleatoriamente que não conseguimos explicar. Duhigg mostra que observar esses movimentos é o primeiro passo para transformá-los, e essa transformação não acontece de uma vez, mas no ritmo da constância.

Confesso que em alguns momentos, a leitura pareceu repetitiva, como se insistisse demais em certos pontos. Mas percebi que essa repetição é também uma estratégia narrativa: como quem desenha o mesmo círculo até que ele vire símbolo. Isso acabou fortalecendo minha compreensão do conteúdo.

Como escritora, o livro me fez pensar nos meus hábitos criativos. No quanto a criação exige não só inspiração, mas também disciplina, e no quanto a disciplina pode ser um ato de carinho comigo mesma.

 

• Linguagem acessível, envolvente
• Casos reais que prendem a atenção
• Aplicabilidade imediata
• Reflexão profunda sobre identidade e mudança

 

• Algumas partes poderiam ser mais breves
• Leitores que querem uma leitura mais literária talvez sintam falta de camadas poéticas (mas isso é compensado pela profundidade prática)

 

No final das contas, o livro me deixou com a sensação de que mudar é, sim, algo possível, mas que começa no invisível. Um passo de cada vez. Um hábito de cada vez.