Cósmico leitor,

 

Sentir é um risco.
É mergulho, travessia, maré que vem sem aviso.
Mas também é caminho.
Às vezes, a aventura mais corajosa não está nas estradas distantes…
mas no que se move dentro da gente.

 

Foi do encontro de nossas palavras que nasceu essa travessia,

feita para quem já se afogou em silêncio, mas ainda acredita na força de sentir.

 

Respira e mergulha:

 

 

 

 

Aventura é Sentir

 

Submersos em mim o que sinto me consome.
Me dilata, me atormenta, me corrói.
Solitário combato minhas batalhas.
Deixando todos a distância
Nunca me revelando por completo
E enfrentando sozinho o que me aperta o peito.
Eu sinto demais e isso me assusta.
E talvez seja o medo que me leva a afastar
A isolar todos que não me vêem como sou.
O que eles vêem em minha face
É diferente do que eu vejo sob meu disfarce.
Me revelar seria uma fraqueza
Ou demonstraria a força de ser quem sou?
Quantos sentimentos cabem em meu peito
Até que não consiga mais guardá-los?
Quem me vê não imagina o que guardo
Nem mesmo a força do que tenta me furar o peito.
Sentimentos guardados e maturados com o tempo


Tudo aquilo que soterrado
Eu procurei não deixar ninguém vê-los…
Mas aos poucos, percebo que ser forte
não significa aguentar tudo calado.
Que há coragem no gesto
de permitir ser vista por inteiro…
com as rachaduras, os medos, os desesperos
as marés internas que às vezes me afogam.
Não é fraqueza precisar de abrigo.
Fraqueza, talvez, seja fingir
que não se sente nada
quando o coração grita por um alívio.
E se eu deixasse que alguém
entrasse nesse mundo que escondo?
E se dividir o peso
fizesse tudo ficar mais leve?
Talvez não precisasse mais
ser campo de guerra e silêncio.
Ser ilha cansa.
Ser abrigo também pode curar.
Há beleza em ser vulnerável,
há força em dizer: “Hoje não estou bem,
mas aceito seu abraço.”
Porque quem sente muito
também ama com profundidade.
E amar, mesmo que nos exponha,
é o que nos salva da aridez
de fingir que nada nos toca.

 

E quando me permito sentir
ao lado de alguém que escuta de verdade,
descubro que meu caos não assusta
quem também carrega tempestades no peito.
Há encontros que não pedem máscaras,
há olhares que acolhem
sem exigir defesas.
Nem todo amor chega para consertar,
mas alguns apenas permanecem,
enquanto tudo dentro de mim
se organiza aos poucos.
E eu entendo, por fim,
que não preciso ser forte o tempo todo.
Preciso ser honesta comigo…
com o que me pesa, com o que me falta,
com os pedaços que ainda buscam lugar.
Ser abrigo começa em mim.
E permitir que alguém me abrace
não me torna menor…
me torna mais humana.

 

 

 

Reflexão cósmica

 

Talvez sentir demais não seja um defeito, mas uma bússola.
E se for justamente o que você sente
que pode te mostrar onde é lar de verdade?

 

Existe coragem em continuar.
Mas também existe coragem em parar,
em se permitir doer, confessar, perdoar, descansar…
A cura não grita… ela sussurra quando a gente finalmente escuta.

 

Nem toda aventura é barulhenta.
Algumas só começam quando você aceita olhar pra dentro
e escrever a verdade que estava tentando esconder.

 

 

Convite à prática:

 

Hoje, escreva como quem se permite.

Sem forma perfeita, sem medo de exagerar.
Apenas sinta e escreva.

 

→Como seria uma carta escrita por você para alguém que não sabe tudo o que você sente?
→Ou, se preferir: escreva uma carta para si mesma, como se fosse o seu próprio abrigo.

 

Não se preocupe com as palavras certas.
Elas já moram em você… só precisam de espaço.

 

 

Se quiser, me conta como foi a experiência.
Lembre-se, você não precisa fazer isso sozinho.

 

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Escrita Expressiva

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