Cósmico leitor,
Talvez você esteja prestes a começar algo… E uma ideia que te ronda há dias.
E talvez o medo de não saber por onde iniciar seja o que te paralisa.
Mas e se eu te dissesse que toda história já carrega dentro dela o seu próprio começo?
Escrever é como ouvir um planeta girando: às vezes em silêncio, às vezes em caos.
E o seu papel é apenas traduzir esse movimento em palavras.
Hoje, vamos falar de inícios aqueles primeiros passos da escrita onde tudo ainda é possível.
Porque é ali, no limiar entre a dúvida e o impulso, que nascem as histórias com alma.

Antes de tudo: Como vem a ideia?
Às vezes, ela chega como um sussurro.Outras, como uma explosão.
Tem ideia que brota no banho, no ônibus, no silêncio, no caos, no meio de uma dor ou de uma alegria imensa.
Tem ideia que vem inteira, já com título e corpo inteiro.
E tem ideia que vem manca haha ela vem meio disfarçada de frase solta ou de cena sem contexto, esperando que você tenha coragem de acolher.
Mas, na verdade, a ideia não vem.
É, caro leitor, você é quem vai até ela, mesmo sem perceber.
Você a constrói com tudo o que viveu, leu, sentiu, amou, fugiu, ouviu dizer…
Ideias são encontros: entre o que te toca e o que está pronto para ser dito.
E o começo? O começo é o instante em que você diz “sim”.
Sim para a ideia imperfeita. Sim para a história ainda sem forma. Sim para o ato de sentar e tentar. É o “sim” para você. Acredite em você.
Uma história precisa começar… de verdade.
Inícios são portais. A primeira ideia, a primeira frase, o primeiro parágrafo, a primeira página… Todos esses elementos formam a ponte entre o seu mundo e o do leitor.
E acredite, o leitor sabe quando uma história começa para valer.
Por isso, mais do que floreios, um bom início precisa conter algo essencial: uma promessa.
A promessa de que há algo ali a ser vivido e sentido… Que precisa ser descoberto.
Mas como se constrói isso?

1. Conheça o seu ponto de partida emocional e narrativo
Antes de pensar em palavras, pense em sentido.
Toda história tem um coração. Pergunte-se:
- O que essa história quer dizer?
- O que move esse personagem no início?
- De onde ele parte emocionalmente?
Você não precisa saber tudo. Mas precisa sentir que há uma força empurrando a história para a frente, mesmo que ainda seja uma brisa leve.
Dica prática: escreva um parágrafo sobre “o momento antes da história começar”. Isso ajuda a escolher com mais precisão o instante em que a narrativa deve realmente começar.
2. Aberturas que funcionam: escolha o seu tipo de início
Existem muitas maneiras de abrir uma história. Aqui estão algumas das mais envolventes:
- Início no meio da ação (in media res):
O personagem já está em movimento, algo urgente está acontecendo.
→ Exemplo: “As chamas já tinham engolido metade do templo quando ela decidiu voltar.”
- Começo com uma frase impactante:
Uma afirmação curiosa, contraditória ou poética.
→ Exemplo: “Nunca confie em alguém que oferece flores na chuva.”
- Começo descritivo e atmosférico:
A ambientação é tão forte que já cria o tom da história.
→ Exemplo: “O céu tinha a cor de um segredo mal guardado.”
- Começo com a voz do personagem:
Quando o narrador ou personagem se impõe desde a primeira linha.
→ Exemplo: “Eu não queria matar ninguém naquele dia. Mas era segunda-feira.”
- Começo com uma pergunta:
Uma dúvida ou questão que provoca o leitor.
→ Exemplo: “E se você descobrisse que toda a sua vida foi escrita por outra pessoa?”
3. Coloque o personagem no centro (logo no início)
O leitor precisa de alguém para seguir.
Mesmo que a história seja sobre o mundo, o tempo, ou um mistério maior, enfim… É pela perspectiva de alguém que caminhamos.
Quanto antes você apresentar quem é essa pessoa (ou criatura, ou consciência), melhor.
E mais: mostre o personagem em ação ou reação. Um personagem parado, apenas refletindo, pode perder força logo de cara. A não ser que o pensamento dele já seja um conflito.
4. Introduza um conflito, nem que seja sutil
Toda boa história começa quando algo está fora do lugar.
Não precisa ser uma guerra, uma morte etc. Às vezes, é só um incômodo, tipo uma saudade que não passa ou um segredo que pesa.
O conflito é o que move o leitor a virar a próxima página.
5. Construa tensão, não respostas
O início de uma história não serve para explicar tudo. Serve para provocar.
- O que está acontecendo?
- Quem é essa pessoa?
- Por que ela está aqui?
- Para onde isso está indo?
Toda abertura bem feita planta pequenas perguntas na cabeça do leitor.
A leitura continua porque ele quer saber as respostas.
E se eu ainda não souber como começar?
Tudo bem. Nem sempre o começo nasce primeiro.
Muitas histórias revelam o seu início depois que o final aparece. Ou só mostram o verdadeiro começo na segunda ou terceira reescrita.
Comece de onde você consegue.
Escreva o meio, o final, o que vier. O que importa é começar.
Depois, volte com olhos mais claros e refaça o começo com mais força e intenção.
Desfecho Cósmico:
Para você, cósmico leitor, que escreve mundos:
A escrita não precisa nascer perfeita. Só precisa nascer com verdade.
Que você encontre nas suas primeiras palavras a centelha do que ainda será dito.
E que seus começos sejam como amanheceres: carregados de potencial.
Talvez a sua história já esteja pronta para nascer.
Ela só precisa que você diga: “é aqui que tudo começa.“
Talvez a sua história já esteja começando agora, nesse exato instante, só por você estar aqui, lendo isso, sentindo o chamado.
E se você quiser ajuda para descobrir como essa ideia pode ganhar forma, te convido a explorar mais textos aqui no blog e deixar seu comentário.
Talvez esse seja o seu ponto de partida.
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