Nunca entendi direito o que era paixão… até que comi aquela coxinha da Dona Neuza na esquina. Foi amor à primeira mordida. Incandescente, só que tão quente que quase me fez chorar… mais pelo céu da boca queimado do que pelo sabor mesmo.

 


No auge do sofrimento, recorri ao velho subterfúgio: fingir que estava tudo bem enquanto meu rosto suava como se tivesse corrido uma maratona.
Um senhor me viu e disse: “Ficou meio abaçaiado, né?” — Eu nem sabia o que significava, mas concordei. Acho que era verdade.
Mesmo assim, entre uma mordida e outra, me bateu uma gratidão profunda. Não pela coxinha só, mas pela vida… Que me permitiu viver esse amor breve, porém muito intenso.

 


Só me peguei perguntando: “o que seria da vida sem essas paixões passageiras?” E sim, estou falando da coxinha. Que fique claro. O resto… o resto é só amor (e um pouco de pomada pra queimadura).

 

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Fragmentos Literários

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