Resenha Crítica #14

 

Livro: O Príncipe Cruel
Autor: Holly Black

 

 

Existem livros que não apenas contam uma história, mas nos puxam para dentro de um jogo perigoso, onde cada palavra dita e cada silêncio guardado pode custar caro. O Príncipe Cruel foi exatamente assim para mim: um mergulho em um universo feérico cheio de intrigas, com a violência disfarçada de beleza e escolhas que moldam destinos.

Jude Duarte, a protagonista, é humana (frágil, à primeira vista) vivendo em um mundo que não a aceita. Criada no reino dos feéricos após um assassinato brutal que muda sua vida, ela aprende cedo que sobreviver exige mais do que força… Exige estratégia, poder e uma determinação que a torna, pouco a pouco, tão perigosa quanto aqueles que a desprezam.

 

O que mais me tocou?

 

Foi o contraste entre fragilidade e ambição. Jude não quer apenas sobreviver, mas sim poder, respeito. E isso a torna uma protagonista cheia de nuances, às vezes admirável, às vezes questionável.

O relacionamento dela com Cardan, marcado por ódio, com muita manipulação e uma tensão quase palpável, também me prendeu. A autora não romantiza a crueldade,
mas mostra como poder e desejo podem se misturar em um território sombrio.

 

 

• Protagonista complexa, cheia de contradições
• Intriga política bem construída
• Universo feérico sombrio e perigoso
• Escrita envolvente, que equilibra beleza e violência

 

• A trama demora um pouco a engrenar no início
• Algumas situações podem parecer duras demais, especialmente para quem busca fantasia mais leve
• O romance pode dividir opiniões, já que é construído em cima de tensão e hostilidade

 

 

No fim, O Príncipe Cruel é sobre sobrevivência e escolhas que não cabem em moldes de certo e errado. Um livro que nos lembra que poder sempre tem um preço, e que, às vezes, até o coração mais humano pode se tornar cruel.

 

 

 

 

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