Filme: Balada de um Jogador (Ballad of a Small Player)
Direção: Edward Berger
Elenco principal: Colin Farrell, Fala Chen, Tilda Swinton
Estreia na Netflix: 29 de outubro de 2025

Alguns filmes são como apostas altas, fazem você sentir o risco e a possibilidade de perder tudo, mas não pode parar de jogar. Balada de um Jogador é exatamente essa sensação.

Lord Doyle (Colin Farrell) é um apostador compulsivo que se esconde em Macau enquanto suas dívidas e passado o assombram. Ele vive nos cassinos, bebendo e tentando manter a ilusão de uma vida maior do que realmente tem, e esse estado de fuga não parece apenas físico, mas moral e emocional.

O que mais me tocou?

Uma frase do filme sintetiza bem tudo: “Nem sempre temos sorte”, e, para Doyle, a sorte virou algo fictício.
Para mim, o mais interessante é ver como o filme explora o vício não só como compulsão por dinheiro, mas como uma ferida existencial. Doyle parece estar apostando não apenas para ganhar, mas para preencher um vazio que a bebida e o jogo não conseguem tapar de verdade.

Eu senti um ranço dele em vários momentos. Ele é carismático, mas também arrogante e desesperado. E isso não é um defeito do filme, porque é parte da verdade dele. A luta para sair desse ciclo é real e dolorosa.
Além disso, a relação com Dao Ming (Fala Chen) traz uma esperança tênue, talvez até redentora, mas nunca simplista. Ela representa uma chance de salvação, mas também de reflexão: até onde ele pode mudar sem trair a si mesmo?

Pontos Altos:

  • A atuação de Colin Farrell é poderosa e comovente. Ele encarna bem o homem preso por si mesmo;
  • A fotografia de Macau é deslumbrante, com luzes de neon, extravagância de cassinos e cenários opulentos que refletem a mente caótica de Doyle;
  • O roteiro mistura drama psicológico com suspense moral. E não é só sobre apostar, é sobre existir, errar, coragem e tentar renascer…
  • A trilha sonora e a estética visual trazem uma sensação quase operática. Bem intensa e simbólica.

Pontos de Atenção:

  • Li algumas críticas que apontam que o filme se perde em sua ambição visual e perde foco narrativo.
  • A crítica no Rotten Tomatoes avalia que, apesar das virtudes, o filme “aposta alto demais e às vezes exagera no excesso”
  • O ritmo pode incomodar, pois há momentos de grande intensidade seguidos por pausas contemplativas, o que pode não agradar quem prefere uma narrativa mais constante.

 

No fim, Balada de um Jogador me encheu de empatia por Doyle.
É um retrato cruel e melancólico de alguém que vive no limite…
Um filme que mostra que o verdadeiro jogo não é contra a casa, mas contra nossos próprios fantasmas.

 

Nota final:

(4,5 de 5 estrelas)

Um filme visualmente belo, emocionalmente profundo e com uma mensagem que ressoa:
“A sorte é efêmera, mas a escolha ecoa.”

Categorias:

Diário Estelar

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