Livro: O Retrato de Dorian Gray
Autor: Oscar Wilde

Há livros que brilham pela beleza e outros que fascinam pela escuridão. O Retrato de Dorian Gray faz as duas coisas ao mesmo tempo.
Oscar Wilde escreveu uma história que é, ao mesmo tempo, um espelho e uma sentença. Pode-se dizer que é uma reflexão sobre o desejo de ser eterno e o preço de se negar o tempo.
Dorian é um jovem, belo e encantador, profundamente influenciável. Ao desejar que seu retrato envelheça em seu lugar, ele entrega a própria alma em troca da juventude eterna.
O quadro passa a carregar os traços de sua corrupção moral, enquanto sua aparência permanece intocável. É um pacto silencioso com a vaidade, e o início de uma lenta destruição.
O que mais me tocou?
Foi o contraste entre forma e essência.
Dorian busca a beleza perfeita, mas se perde na própria superfície.
O retrato, que deveria ser arte, torna-se consciência, sendo o lembrete de que nenhuma aparência é capaz de esconder o que realmente somos.
A escrita de Wilde é refinada, irônica e filosófica, com cada diálogo sendo uma provocação e cada cena um espelho que reflete nossos próprios disfarces.
E o final… é tão inevitável quanto necessário.
Pontos Altos:
- Escrita elegante e reflexiva
- Trama rica em simbolismo e crítica à vaidade e à moralidade
- Atmosfera sombria e estética impecável
- Um dos finais mais marcantes da literatura clássica
Pontos de Atenção:
- A linguagem pode ser densa para quem não está acostumado com o estilo clássico
- O ritmo desacelera em alguns trechos mais descritivos
- As reflexões filosóficas exigem leitura atenta e pausada
No fim, O Retrato de Dorian Gray é uma meditação sobre a alma, sobre o que acontece quando a aparência substitui o ser, quando o belo se torna máscara e o tempo deixa de ser limite.
Nota final:
(5 de 5 estrelas)
Para quem ama literatura clássica e questionamentos morais com uma beleza sombria, é uma leitura inesquecível, tão atual quanto perturbadora.
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