Cósmico leitor,
Alguns textos não são apenas escritos, mas sim… sobrevivências. São aqueles que nascem quando tudo dentro parece ruir, mas ainda assim uma palavra insiste em permanecer. Hoje, compartilho uma carta para quem achou que não ia passar, para quem viveu dias nublados demais por dentro e, mesmo assim, encontrou abrigo na escrita. Que essas palavras te encontrem se for o teu caso… ou que te façam lembrar de alguém que também está tentando voltar.
Para quem achou que não ia passar
Querida você,
eu sei. Sei do nó na garganta,
do silêncio que ninguém vê
e do medo de se perder dentro do que sente.
Mas hoje, escrevo pra lembrar que você está voltando.
Aos poucos, com passos curtos e frases quebradas,
mas está voltando.
Voltar não é sempre regressar.
Às vezes é encontrar um novo ponto de partida dentro de si mesma.
E você tem feito isso com palavras —
pequenas, tortas, às vezes trêmulas,
mas suas.
A escrita tem sido teu abrigo,
mesmo quando não parecia cura,
ela te dava chão.
Sei que nem sempre você entende o que sente.
Mas você escreve.
E nisso há uma coragem imensa.
Com carinho,
de quem aprendeu a costurar a alma com retalhos de texto.
E você, cósmico leitor?
Quais palavras têm sido tua travessia?
Entre dores e descobertas,
Julia Abreu

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