Livro: Jardim para Borboletas Mórbidas
Autor: Ed. Saraiva Jr.

 

 

Devo admitir que não esperava tanto.
Mas vivi cada página como quem recolhe cacos com cuidado, porque ali tem beleza…. Mesmo na dor.

Jardim para Borboletas Mórbidas foi meu primeiro livro autografado. Um presente que já me emocionava antes mesmo da leitura começar. Mas nada me preparou para o que encontrei dentro… Palavras cruas e incrivelmente sensíveis.

Ed. Saraiva Jr. escreve como quem sangra devagar, transformando ferida em flor. Seus textos tocam lugares que nem sempre sabemos nomear. Dor, amor, perda, saudade, resiliência. É um jardim feito de sombras, onde até a borboleta carrega caveiras nas asas.

 

O que mais me tocou?

 

Foi a sensação de estar lendo confissões escritas no escuro.
Cada página parecia um espelho embaçado, onde eu me via, mesmo sem nitidez.
O autor não tem medo de mostrar o que dói. Ele entrega suas sombras com uma delicadeza crua, como quem sabe que, às vezes, é na dor que nascem as palavras mais bonitas.

O que me pegou de verdade foi o modo como ele transforma sentimentos despedaçados em poesia. Não tem apelos, nem exageros, só verdades pequenas que ecoam fundo. Um trecho sobre ausência. Outro sobre saudade. E, de repente, você se vê pensando nas suas próprias dores, nos nomes que você não diz mais, nas partes de si que ainda estão esperando florescer… Enfim, em tanta coisa.

Esse livro me tocou porque não tenta curar, ele acolhe.
E isso, pra mim, é uma forma rara e preciosa de cuidado.

 

Pontos Altos:

  • Escrita intensa e melancólica
  • Textos curtos com impacto emocional
  • Capacidade de transformar dor em arte
  • Uma estética sombrio-poética muito bem construída

 

Pontos de Atenção:

  • Pode ser repetitivo em temas e estrutura para alguns leitores
  • Exige leitura em estado sensível. (Pra mim, não é um livro para qualquer momento)
  • Algumas passagens parecem confissões íntimas demais, o que pode afastar quem busca algo mais “literário”

 

No fim, esse livro me deixou com a sensação de estar dentro de um lugar silencioso, quase sagrado. Como se cada texto fosse uma vela acesa no escuro.
E, ao final, mesmo com o peito apertado, senti um tipo estranho de paz.

 

Nota final:

(4 de 5 estrelas)

 

Um livro para quem carrega cicatrizes e quer ver poesia até nelas.
Escuro, mas sensível. Intenso, mas real.

Categorias:

Diário Estelar

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