Resenha Crítica #9
Título: Dândis – Estilo, rebeldia e a arte da excentricidade
Autor: Gustavo Sauer

Nem toda rebeldia grita.
Algumas apenas vestem casacos longos, caminhando com elegância e dizendo tudo sem levantar a voz.
Foi com esse espírito que mergulhei em Dândis, de Gustavo Sauer. É um ensaio envolvente sobre estética, identidade e liberdade.
O livro apresenta a figura do dândi como muito mais do que um ícone de moda ou um personagem excêntrico. Para Sauer, o dândi é alguém que ousa ser ele mesmo num mundo que insiste em uniformizar. É uma forma de existir que mistura delicadeza com subversão, e estilo com resistência silenciosa.
A escrita do autor é elegante, fluida, acessível… Mesmo tratando de conceitos filosóficos e históricos. A leitura é leve, mas provoca. A cada capítulo, somos convidados a repensar o que é estilo, autenticidade, pertencimento, rebeldia. O texto propõe que vestir-se e posicionar-se, é também um ato de presença, de autoexpressão.
O que mais me tocou?
A leitura me provocou um desejo urgente de autenticidade.
De vestir o que sou, mesmo que não agrade, mesmo que não seja compreendido.
Gustavo escreve com uma sensibilidade que atravessa o discurso estético e toca o existencial. O dândi não é só alguém que se veste bem, é alguém que, com coragem, decide não se esconder.
A ideia de que estilo é expressão da alma ecoou fundo. E a noção de rebeldia sutil, aquela que não precisa ser barulhenta para ser transformadora, me fez olhar com novos olhos para meus próprios gestos e silêncios.
Pontos Altos:
- Escrita refinada e acessível
- Reflexões profundas sobre identidade, estilo e autenticidade
- Estrutura bem organizada e ritmo envolvente
- Convite à autoexpressão e ao pensamento crítico
Pontos de Atenção:
- A maioria das referências está centrada em figuras masculinas e europeias, o que pode limitar a diversidade de vozes e contextos dentro de um tema naturalmente plural.
- Ainda assim, o livro parece abrir espaço para essa ampliação, talvez de forma proposital, como quem provoca e deixa ao leitor a tarefa de expandir.
No fim, Dândis é uma ode à coragem de ser quem se é, mesmo que isso custe a aceitação.
Nota final:
(4 de 5 estrelas)
É leitura para quem se sente diferente. Para quem já foi chamado de estranho. Para quem se recusa a caber em moldes.
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